Leonor Bessa e Carlos Laranja campeões na Quinta do Peru
É inegável que há uma nova geração de jovens talentos a dar cartas no golfe nacional e um mês depois de dois jogadores de 16 anos terem conquistado o 5º torneio do Circuito Allianz, no Golfe de Montebelo, nos arredores de Viseu, foi a vez de outro atleta da mesma idade, Carlos Laranja, impor-se no 6º e último evento de 2016 do mesmo circuito organizado pela Federação Portuguesa de Golfe (FPG) no Quinta do Peru Golf & Country Club, no concelho de Sesimbra. A prova feminina foi ganha pela bicampeã nacional de sub-18, Leonor Bessa.
Leonor Bessa foi a grande dominadora deste Circuito Allianz, levando a melhor em três dos seis torneios, começando logo no 1º, no Penina Hotel & Golf Resort, no Algarve, em janeiro; repetindo depois o sucesso no 4º, no Golfe da Quinta do Vale, em julho, também no Algarve; e agora em Azeitão. Foi a nº1 incontestada da Categoria Ouro do Ranking Allianz.
«No primeiro dia bati melhor (na bola) do que no segundo, mas não “patei” tão bem. No segundo dia estive mal no shot ao green, mas consegui converter 3 birdies nos últimos nove buracos e assim dar a volta ao jogo», disse Leonor Bessa ao Gabinete de Imprensa da FPG, depois de totalizar 149 pancadas, 5 acima do Par, consequência de voltas de 76 e 73.
A nº1 nacional amadora de 2015, que este ano terminou no 2º lugar do Ranking Nacional BPI, deixou no 2º posto do 6º Torneio Allianz Sara Gouveia, de 16 anos, a 2 pancadas de distância, autora de voltas de 78 e 73. A campeã nacional amador, Joana Silveira, também de 16 anos, terminou no 3º posto (79+78) a 8 de Bessa.
«Foi uma boa forma de terminar o ano. Não com os resultados que se calhar seriam expectáveis mas foi satisfatório», acrescentou Leonor Bessa, que referiu-se o facto de não ter sido capaz de fazer mais voltas abaixo do Par.
É preciso, contudo, sublinhar que a jogadora do Club de Golf de Miramar lesionou-se com gravidade no início da época e isso travou uma carreira ascensional nos últimos cinco anos. Fraturou um osso da mão esquerda, logo na sua primeira pancada no Campeonato Internacional Amador de Portugal, no Montado, em janeiro, e só regressou em maio, falhando dois dos mais importantes torneios da época, o Internacional de Portugal e o Campeonato Nacional Absoluto (amador) Peugeot.
Quanto a Carlos Laranja, obteve a mais importante vitória da sua ainda muito curta carreira amadora, somando 141 pancadas, 3 abaixo do Par, entregando cartões de 73 e 68, sendo este último o melhor registo dos 70 participantes.
O madeirense, que o Golftattoo apelidou este ano de “Cristiano Ronaldo do golfe”, bateu os melhores golfistas amadores portugueses, mas fui surpreendente que os principais membros da seleção nacional amadora não conseguiram sequer terminar no top-3.
Vítor Lopes, o nº1 nacional amador de 2015, ainda liderou aos 18 buracos, com uma boa volta de 69, mas depois afundou-se com 80 pancadas no segundo dia, para terminar em 10º empatado (+5). Tomas Silva, que fechou o ano como nº1 do Ranking Nacional BPI, não conseguiu melhor do que a 6ª posição com 145 (72+73), +1. Afonso Girão, finalista da Taça FPG BPI, foi 3º com 143 (71+72), -1, empatado com o britânico George Ounstead (71+72), que este ano surpreendeu toda a gente ao vencer o último Campeonato Nacional de sub-18. Pedro Lencart, o campeão nacional amador, concluiu em 7º empatado com Vasco Alves, com 146 (72+74), +2.
O 2º lugar (-2) foi, assim, para um antigo membro da seleção nacional, Gonçalo Costa, que este ano andou apagado, mas que tinha prometido voltar a treinar a sério nos meses finais do ano, depois de concluídos os estudos universitários. O jogador do Lisbon Sports Club ficou a 1 pancada do vencedor (71+71).
O êxito de Carlos Laranja não pode ser considerado uma grande surpresa. Apesar de jovem, já tinha conseguido este ano ser vice-campeão no 3º Torneio do Circuito Allianz, em Praia d’El Rey (Óbidos), e 3º na Lisbon Cup, no Lisbon Sports Club (Belas).
«Valorizo bastante esta vitória porque estavam aqui os melhores jogadores nacionais. A volta de 68 foi a minha melhor, a minha mais baixa em torneios importantes como este. Esta vitória deixa-me bastante feliz e fico com mais motivação para treinar e para conseguir melhores resultados», disse o jogador do Clube de Golfe do Santo da Serra.
Carlos Laranja é um dos jovens talentos nacionais e no ano passado fez uma aposta forte no golfe como possível carreira profissional. Graças ao apoio da FPG e de alguns sócios do Clube de Golfe do Santo da Serra que se uniram neste propósito, veio da Madeira para o Continente, para estudar e competir, sendo acompanhado de perto pelo diretor-técnico nacional, João Coutinho, pelo selecionador nacional, Nuno Campino, e pelos técnicos do Centro Nacional de Formação de Golfe do Jamor, no concelho de Oeiras.