Já perto das eleições, um olhar de soslaio para o que vai acontecendo e sugestões
Está convocada para o próximo dia 4 de Novembro a Assembleia Geral da Federação Portuguesa de Golfe onde vai ser votada a sua nova Direção.
Estou atualmente afastado de funções relacionadas com a atividade, mas não consigo deixar de deitar um olhar, de soslaio, para o que vai acontecendo.
Como é natural a eleição que se avizinha está a despertar curiosidade e a esperança entre todos os que se interessam pela modalidade. Estou certo que os candidatos que se apresentam ao escrutínio estão com a melhor das intenções para conseguir melhorias no funcionamento da instituição.
Há sempre a ideia de: “agora é que é!”
Como continuo com um enorme desejo de ver o nosso“Golf” (desculpem, mas não consigo escrever o nome deste jogo com e final) crescer e como estive ligado a este desporto durante mais de 50 anos nas diferentes facetas de: praticante, dirigente e empresário, não posso deixar ter opiniões sobre o assunto. Assim, tomo a liberdade de aqui manifestar aquilo que gostaria de ver executado pela Federação Portuguesa de Golfe.
considerando:
– Que o “Golf” é um dos desportos que mais se desenvolveu em todo o Mundo a partir dos finais do Século XIX, com um crescimento tanto de praticantes como de construção de Campos que em muitos casos foi superior a 10% ao ano.
– Que existem atualmente no Mundo mais de 50 milhões de praticantes e na Europa quase 5 milhões.
– Que existem atualmente no Mundo mais de 50 milhões de praticantes e na Europa quase 5 milhões.
– Que é uma modalidade muito educativa, amiga do ambiente e pode ser praticada por um grande número de pessoas de todas as idades e de ambos os sexos.
– Que Portugal é um dos países com melhores condições naturais para a prática deste desporto.
– Que ao contrário do que acontece com a maioria dos outros destinos, entre nós, pode-se jogar todo o ano em boas condições.
– Que temos quase 100 Campos de “Golf” de diversos tipos, espalhados por todo o país com capacidade para receber muitos milhares de jogadores.
– Que Portugal conta, neste momento, só com um reduzido numero de praticantes residentes, sendo mesmo esses em parte estrangeiros que vivem em Portugal (estima-se que haja cerca de 15 mil jogadores, numero que não tem tido grandes alterações ao longo dos anos).
- Que foram feitos enormes investimentos em infraestruturas que têm de ser rentabilizadas.
- Que trabalham, atualmente no “Golf”, muitas centenas de pessoas.
- Que este desporto influencia uma grande variedade de atividades económicas como: a restauração, a hotelaria, os transportes, os equipamentos, a imobiliária e muitos outros serviços.
- Que somos visitados anualmente por mais de 250 mil turistas estrangeiros que vêm a Portugal exclusivamente para jogar nos nossos Campos.
Portanto, cheguei há muito tempo à conclusão que o principal problema que temos que resolver é o de aumentar significativamente o número de praticantes Nacionais. Ao fim de tantos anos, será que não somos capazes de juntar as pessoas certas para desenvolver convenientemente este setor?
Com as nossas condições naturais, com o número de Campos e Clubes existentes os portugueses mereciam que alguém realizasse um trabalho diligente e competente que lhes permitisse usufruir do prazer de jogar “Golf”. A Industria do “Golf” nacional também teria uma vida muito mais facilitada.
- Um grande número de praticantes provoca o aparecimento de jogadores de alta categoria, o que também ajuda a atrair adeptos para o “Golf” além de promover Internacionalmente o destino.
- Um grande número de praticantes atrai o interesse de todo o tipo de empresas e, portanto, a sua disponibilidade para realizar ações de apoio às suas marcas.
- Um grande número de praticantes permite à Federação contar com muito mais apoio político e económico.
Não interessa, nesta fase, analisar de quem é ou foi a culpa daquilo que não se conseguiu. Temos de ser positivos tentar propor algumas mudanças nas políticas desenvolvidas que não resultaram.:
Para isso basta que todos os intervenientes na modalidade, atuais e anteriores, tenham a humildade de reconhecer que isto não vai bem e que os métodos e estratégia adotados não foram os mais corretos.
Portanto há que escolher outras vias. Se calhar olhar um pouco para o que fizeram os países em que o “Golf” é um sucesso e entender porque é que ele têm tantos praticantes e alguns até se dão ao luxo de vir até nós jogar nos nossos Campos, enquanto os nativos se contentam em ver… e em muitos casos nem isso!
Chego assim ao meu desejo em relação à nova Federação, seja ela qual for, que é eleger como objetivo prioritário para os próximos mandatos:
Este objetivo, quanto a mim, deveria sobrepor-se a todos os outros, e estar sempre presente nas opções estratégicas, programas e orçamentos que forem escolhidos.
Estou consciente que é fácil apontar uma meta, mas é extremamente difícil passar à prática.
SUGESTÕES
1.º- Que os concorrentes às eleições de 4 de Novembro, encontrem formas de colaborar, independentemente dos resultados das eleições, quanto ao Objetivo principal indicado.
2.º- Que os Clubes, que quanto a mim, são o embrião e motor de qualquer tipo de crescimento do “Golf”, passem a ser considerados os principais parceiros do programa. Para isso será necessário regulamentar novamente a sua atividade;quanto ao número mínimo de associados, à existência de uma Direção responsável e à apresentação de um acordo de utilização e uso de instalações com um Campo. Acordos esses a serem homologados pela FPG e pelas Associações Regionais.
3.º– Que se descentralize a atividade da Federação a nível Nacional, ao abrigo do n.º 2 do art.º 5 dos Estatutos da Federação Portuguesa de Golfe delegando, muitas das tarefas da Federação, nas Associações de Golfe do Norte e do Sul. De certo modo elas já existem: no Norte a AGNP (Associação de Golf do Norte de Portugal) e no Sul a Algarve Golfe, mas é necessária uma melhor definição das suas respetivas funções. Quanto às ações a desenvolver pelos Campos elas deveriam, preferencialmente, ser coordenada pelo CNIG (Conselho Nacional da Industria do Golfe).
4. º – Que se promova e regulamente a criação de acordos entre Campos de “Golf” e Clubes sem Campo de modo a proporcionar a esses Clubes condições especiais de utilização e aos Campos uma ocupação mais homogénea.
5.º– Que se promova a Criação de um” Plano Nacional de “Golf” com a finalidade de servir de guia aos intervenientes nos diversos programas a estabelecer. No referido Plano deveria haver um capitulo especial, dedicado à promoção da modalidade junto da população e sobretudo dos principais setores alvo: mulheres e homens de qualquer idade, profissões liberais, funcionários de empresas publicas e privadas, comerciantes, industriais etc.
O setor do Turismo poderia e deveria aproveitar alguns dados desse Plano para rever os seus programas de Promoção do “Golf” Turístico que é outro documento que, embora não faça parte deste tema, é indispensável para fomentar o desenvolvimento geral do setor.
6.º – Que se crie um grupo de trabalho para desenvolver projetos, económicos, de construção de Campos de Prática e Escolas de “Golf” com ou sem Campos de 6 e/ou 9 buracos em coordenação com: autarquias, empresas privadas e entidades locais ligadas a outras atividades ou outros desportos, localizados, preferencialmente, em Distritos em que não haja Campos próximos.
7º – Que se promova um acordo com a PGA de Portugal para participarem na montagem e exploração das Escolas de “Golf” nos Campos de prática a construir ou nos Campos já existentes que não tenham escola em funcionamento e que quiserem aderir. Essas Escolas deverão funcionar com um programa comum para se poder uniformizar e disciplinar o ensino do “Golf” em Portugal.
Em resumo, desejo que a nova Federação aplique os seus esforços e meios, durante alguns anos, no propósito de aumentar substancialmente o numero de praticantes Nacionais.
O maior sucesso para os próximos Dirigentes Federativos,
Nota: Possivelmente, para realizar o programa que desejo, seria necessário fazer algumas alterações aos atuais Estatutos da Federação e aos das Associações Regionais o que não parece difícil se houvesse acordo quanto a um plano estratégico.
Lisboa 18 de Outubro de 2016
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*Praticante de "Golf" independente