Faz parte do pequeno grupo de pessoas que guarda em casa uma medalha de ouro da EGA
Todos os que acompanham o golfe nacional, sabem que o verão de 2015 foi único para as seleções nacionais. Fomos campeões europeus (2ª divisão) em homens e boys, algo nunca conquistado na história do golfe nacional. As possíveis razões que podem estar por trás desse sucesso, podem ser muitas e teremos muitas oportunidades para as dissecar.
Quando passámos à final da competição de homens, na Polónia, fiz um post na minha página de facebook (zppt trainers e zppt performance center), que era uma selfie com toda a equipa e, entre muitas congratulações, alguém fez o seguinte comentário: “Quem é este personagem de óculos escuros?”
Bom, este personagem, era eu! Mas quem sou eu??
A resposta mais rápida e objetiva pode ser:
“Faço parte do pequeno grupo de pessoas, em Portugal, que conquistou e guarda em casa uma medalha de ouro da EGA (Associação Europeia de Golfe); ou então: “Sou o fisiologista do exercício que acompanha as seleções nacionais desde 2010, e colabora com a equipa de profissionais da PGA, Portugal Golfe Team”; ou então: “Sou alguém com experiencia de 20 anos no treino desportivo, um dos mais certificados em golf fitness na europa que acompanha golfistas em Portugal e Áustria e responsável pelo ZPPT Performance Center situado no Centro Nacional de Formação de Golfe do Jamor”.
Acima de tudo gosto de me identificar como alguém que tenta ajudar a desenvolver a esta modalidade de que tanto gostamos. Assim, sinto-me bem integrado numa equipa multidisciplinar, liderada pelo profissional de golfe e que deveria incluir, também, um psicólogo e um fisioterapeuta.
Mas afinal o que faz um fisiologista do exercício, normalmente apelidado de preparador físico, numa equipa técnica de golfe?
O fisiologista vai para além da tradicional “preparação física”, a sua formação dá-lhe a possibilidade de ser mais abrangente na preparação do golfista. Passando pela criação de rotinas pré-aquecimento e preparação para o movimento, auxiliando na gestão eficiente do gasto energético, até à criação de meios para uma eficiente recuperação física.
Mas não fica por aqui. Neste momento do conhecimento, temos ao nosso dispor diferentes ferramentas para fazer uma avaliação completa ao golfista, no sentido de dar o maior número de informações sobre o atleta ao profissional de golfe. Estas ferramentas passam por uma avaliação física exaustiva, onde são identificadas as limitações mecânicas do jogador e associadas a potenciais erros do swing. A nível biomecânico avaliamos a distribuição do peso durante o swing, a sequência cinética pelo qual os diferentes segmentos entram em ação durante o swing. Depois de combinar todos estes resultados, o perfil físico do jogador está definido e é passado aos outros membros da equipa técnica.
Outra área de intervenção do fisiologista, mais uma vez, pela sua formação académica e profissional é o desenvolvimento do jovem atleta. Este é um assunto sobre o qual quero escrever no futuro, pois é fundamental ter em conta aspetos de desenvolvimento anatómico, biológico e maturacional dos nossos filhos. Aspetos esses, que têm sido, sistematicamente, ultrapassados numa busca desenfreada por uma especialização precoce das nossas camadas jovens.
Para finalizar esta primeira crónica, gostava de dizer que a componente física foi mistificada durante muitos anos, onde o maior argumento era destruição da técnica e da precisão dos jogadores. Neste momento, temos relatos dos melhores jogadores do tour, em que dizem treinar tanto tempo no ginásio como a bater bolas.
Saudações Desportivas.