
Como um torneio do Ladies European Tour pode transbordar de vida e animação
Há relativamente pouco tempo, por razões profissionais, tive oportunidade de assistir e acompanhar uma das provas do calendário do Ladies European Tour, o Ladies European Mastes no Bukinghamshire Golf Club. O field era composto por 144 jogadoras, que disputavam um prize money total de 500 mil euros
O campo é a sede da LET e fica a cerca de 35 minutos de Londres quando não há trânsito, o que transforma esta viagem num percurso de 1h30 todos os dias, à excepção do dia final, domingo.
As primeiras jogadoras começavam às 07h de ambos os tees, estendendo-se as saídas, de 3 jogadoras cada, até perto da 14h.
Na quarta-feira, devido ao elevado número de participantes, são jogados dois pro-ams, o primeiro com inicio às 08h e o segundo às 13h30, ambos em shot gun e cada um com a sua entrega de prémios.
Entre as 07h e as 19h deste dia, a club house, os diferentes restaurantes, os diversos bares, toda a zona de tendas montada para o evento, o driving range, o putting green estão totalmente ocupados, movimentados e com grande animação. Respira-se Golfe!
Perante este cenário, já não me impressionou quando a meio do dia sou informado de que já estão vendidas 25 mil entradas. Sem contar com os bilhetes oferecidos a cada uma das 144 jogadoras sem qualquer limitação de quantidade.
Os 4 dias que se seguem são igualmente intensos em termos de adesão e movimento de pessoas pois para além da competição, razão principal de todo este aparato, dá-se vida a uma série de eventos e iniciativas com uma naturalidade e simplicidade tal, que se torna nítido o quão profunda está enraizada a cultura de golfe neste local. De fato respira-se golfe!
Concertos ao final do dia, entrevistas ao vivo com jogadoras no fim do jogo, happy hours de comidas e bebidas diariamente, passatempos, visitas organizadas para as escolas locais que trazem crianças dos 6 aos 12 anos e que se comportam como se fosse o centésimo evento de golfe a que vêm, tudo se vai passando nas zonas que circundam a club house, reservada nestes dias para as jogadoras e membros do clube.
O mais impressionante é que todo este movimento de pessoas parece ter como ponto de partida e de chegada a loja (pro-shop) montada numa tenda propositadamente para o evento. Não arrisco um número de faturação diária resultante da venda de merchandising do clube e do evento, pois não tenho dúvida que iria errar por defeito.
Claro que a passagem pelo stand de “Portugal, Golf & Wine” tornou-se também num “must” durante a semana.
A desmontagem dos stands, o torneio organizado para os voluntários que ajudaram ao evento durante a semana, e a oferta feita pela empresa de catering a todos os presentes, estendeu o evento a um total de 6 dias pois passou a incluir a segunda-feira.
Se existisse a oportunidade de trocar um pouco desta cultura de golfe inglesa por um pouco do reconhecimento de Portugal como melhor destino de golfe do mundo, eu não hesitava.
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Director Golftattoo