Um olhar sobre o livro lançado em 2013 por Hank Haney, ex-treinador do mítico jogador
Depois de visitar o mundo do livro “The Big Miss – My Years Coaching Tiger Woods” ficamos a conhecer ambos Hank Haney e Tiger Woods.
De 2004 até à primavera de 2010, Hank Haney foi o treinador de Woods, e Tiger era o seu único cliente. Durante esse período, Tiger Woods venceu um terço dos torneios que jogou, e ainda seis dos seus já catorze majors. Hank Haney sempre foi muito próximo do jogador de golfe mais incrível que o mundo já conheceu, sozinho, em trabalho ou com a família.
Mas essa proximidade não evitou que quebrasse a regra mais importante entre professor e aluno, o respeito e a lealdade, ao contar ao mundo todos os detalhes da sua experiência ao lado de Tiger.
Confirmou ao mundo um dos segredos mais mal guardados de sempre. Que Tiger era forreta, arrogante, narcisista, imaturo, defensivo, e que não gostava de perder. E que para além da sua paixão por jogos de computador com os Navy Seals (forças especiais), chegou a treinar de verdade com esta equipa de elite, prejudicando o seu joelho já sensível, deixando marcas para sempre.
Ao folhear o livro, são muitas as descrições sobre da vida pessoal do jogador, por parte de alguém que fazia parte da equipa, e com quem partilhava o dia-a-dia.
Hank Haney mostra-nos alguém incrivelmente trabalhador, obcecado pela perfeição e de uma dedicação extrema, preparando-se de forma ímpar para os principais eventos mundiais, os majors.
O livro mostra que Tiger era teimoso, que não era um aluno fácil, mas que a sua capacidade de análise e conhecimento do seu swing e sobre a técnica eram acima da média, assim como a notável perseverança de trabalhar em desconforto para resolver um problema.
O resultado final traduz um olhar alarmante sobre um atleta, a quem as muitas glórias marcaram uma existência diária de enorme superficialidade. Ainda assim, o livro transmite ao leitor um olhar acutilante sobre o que é necessário para ser o melhor, para ser numero 1, e que essa vontade quase cega, por vezes cria evidentes dificuldades de relacionamento.
São muitas as páginas, mas valem a pena ler, para ficar a conhecer mais de perto de que fibra é feito aquele jogador, que afinal é humano, mas um dos mais incríveis atletas de todos os tempos, e alguém que mudou o desporto do golfe para sempre.
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Director do ACP Golfe