Guerra está aberta no combate à hegemonia do todo-poderoso PGA Tour
Jon Rahm é a estrela crescente do golfe europeu. A um ano da Ryder Cup sonha-se com um par espanhol com Sergio Garcia que brilhe como a lendária dupla de Seve Ballesteros e José Maria Olazábal.
O espanhol de 22 anos é o 3º classificado na Corrida para o Dubai e 7º no ranking mundial, mas o European Tour não pode legitimamente apresentá-lo como porta-estandarte.
Trata-se de um antigo jogador do circuito universitário norte-americano, da Arizona State University, ao serviço da qual venceu 11 títulos individuais, só ultrapassado na história da NCAA pelos 16 de Phil Mickelson.
Jon Rahm foi n.º 1 mundial amador, detendo o recorde de longevidade de 60 semanas (não consecutivas), com um algum trabalho assacado à Real Federação Espanhola de Golfe, tendo jogado em várias seleções, incluindo no Campeonato do Mundo Amador (Eisenhower Trophy).
O seu contributo para o European Tour é mínimo e não me espantaria se não o víssemos no Portugal Masters em setembro. Em 2016 só jogou dois torneios do circuito europeu e foram majors (British Open e US Open).
Em 2017 apareceu em seis, sendo que os quatro primeiros foram majors ou World Golf Championships (Mexico Championship, Dell Technologies Match Play, Masters e US Open).
Em contrapartida, no PGA Tour (América do Norte), competiu este ano em nove torneios regulares, excluindo os majors e World Golf Championships.
Não há dúvida sobre qual a sua preferência, mas no último mês foi 10º no Open de França e ganhou o Open da Irlanda, o seu único título do European Tour.
A presença de Jon Rahm no Le Golf National e no Portstewart Golf Club ficou a dever-se a três motivos: conhecer melhor o percurso Albatros que irá acolher a Ryder Cup em 2018, preparar o British Open jogando em campos links e… a Série Rolex.
A Série Rolex é uma novidade em 2017 e trata-se de um conjunto de oito torneios (extra Majors e World Golf Championships) que contem para a Corrida para o Dubai e ofereçam prémios monetários no valor mínimo de 7 milhões de dólares (6,1 milhões de euros): BMW PGA Championship, HNA Open de France, Dubai Duty Free Irish Open Hosted by the Rory Foundation, Aberdeen Asset Management Scottish Open, Italian Open, Turkish Airlines Open, Nedbank Golf Challenge hosted by Gary Player e Dubai DP World Tour Championship, os três últimos integrados na Final Series.
O European Tour pretende combater a hegemonia do PGA Tour e a guerra está aberta, mas é ainda cedo para fazer um balanço. Se o suplemento Golfe do Público permitir, voltarei a este tema no futuro.
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*Hugo Ribeiro, Comentador de golfe e ténis no canal Eurosport
**Esta crónica foi originalmente publicada no suplemento do GolfTattoo no jornal Público, a 22 de Julho