AcyMailing Module

Posts
> Home / Posts
O Equilíbrio e o Golfe
Crónica

Visão, audição, cerebelo e propriocepcão são factores influentes na modalidade

Quando se fala de equilíbrio, usualmente associamos ao movimento, marcha e  quedas. No entanto, o equilíbrio em repouso é fundamental na funcionalidade do nosso dia a dia, por exemplo quando estamos à mesa, à espera do metro, a assistir a uma aula ou uma conferência, entre outras atividades.

A prática do Golfe não é exceção. Um excelente equilíbrio é fundamental para um jogo consistente e mais eficaz. Uma questão importante é saber quais os fatores que influenciam o equilíbrio. Destacamos a visão, o sistema auditivo, o cerebelo e a propriocepcão.

A visão, ao contrário do que se possa pensar, influencia muito a postura corporal, a noção espacial e o equilíbrio. Jogadores com dificuldade em ver ao longe, ao perto ou que vejam uma imagem distorcida, grosseiramente traduzidos em miopia, presbiopia e astigmatismo, automaticamente usam esquemas de compensação postural para optimizarem a sua qualidade visual. Isto traduz-se numa perda da posição inicial para a tacada assim como da consciencialização do seu corpo para um swing eficaz. O rastreio visual do golfista é extremamente importante uma vez que, embora possa passar despercebido na sua vida quotidiana, a qualidade do seu golfe pode estar a ser afetada por patologia visual.

O sistema auditivo, por sua vez, quando se encontra alterado pode provocar desequilíbrios bastante incapacitantes. Temos um sistema vestíbulo-coclear responsável por assegurar o equilíbrio, sobretudo em movimentos rápidos. Uma simples otite ou outras patologias mais complexas como síndrome de Ménière que interfiram neste circuito podem provocar desequilíbrio, tonturas ou vertigens. A pesquisa de alterações no sistema auditivo deve ser realizada se houver suspeita de patologia ou interferência com o equilíbrio do golfista.

O cerebelo, por sua vez, é o timoneiro do equilíbrio no nosso corpo, estando responsável para além do equilíbrio, pela qualidade do movimento. Patologias um pouco mais "graves", sobretudo vasculares como o acidente vascular cerebral ( AVC) ou traumatismos cranianos por vezes menores (TCE) podem provocar danos nesta estrutura. Embora menos comum, não podemos esquecer que há casos menos graves que permitem a essas pessoas voltar a praticar golfe, pelo que se deve pesquisar no exame clínico alterações de equilíbrio que possam ser melhoradas.

Por último, chamamos propriocepção à capacidade de informar o nosso cérebro da posição do corpo, como por exemplo a forma como colocamos os pés na preparação do swing. Alterações ou sequelas adquiridas ao longo da vida, como o envelhecimento e espessamento da pele, défices de sensibilidade distal progressiva associada à diabetes ou lesões osteoarticulares mal curadas, poderão influenciar a qualidade do nosso "input" sensitivo.

Uma avaliação física completa do golfista poderá detectar precocemente estas alterações, isoladamente ou associadas às outras componentes do equilíbrio. 

Em suma, ao longo da vida os sistemas responsáveis pelo equilíbrio vão perdendo eficácia na sua resposta, podendo-se traduzir numa perda do nível de jogo, ou até mesmo da qualidade de vida.

Desta forma aconselhámos uma avaliação periódica organizada de forma a detectar e optimizar alguma destas alterações.

______________________________________________

*Fundadores da GFI Golf Medicine (www.gfimedicine.com)

 

  • Comentários