A coluna lombar é a região do corpo mais vezes afetada pelos praticantes da modalidade
O golfe é um desporto desafiante que teve um aumento de popularidade ao longo dos últimos 10 a 15 anos. No entanto, como toda a prática desportiva, existem lesões associadas. Segundo investigações recentes, aproximadamente 60% dos jogadores profissionais e 40% dos amadores sofrem de lesões por sobrecarga ou traumáticas ao longo de uma época.
Importa destacar que as lesões lombares, do cotovelo, ombro e do punho estão entre as queixas mais comuns dos praticantes de golfe, que quando não diagnosticadas ou tratadas corretamente, podem levar a períodos de paragem mais prolongados.
De seguida identificamos os 4 problemas mais comuns para que os leitores os saibam identificar, procurem diminuir os danos, melhorando a sua performance desportiva.
A coluna lombar é a região do corpo mais vezes afetada, independentemente do nível de golfe praticado. A sua limitada torção fisiológica sobre um eixo fixo, combinada com a alta velocidade do swing e a necessidade de o parar repentinamente, poderão potenciar determinadas lesões como o espasmo muscular, a hérnia discal, artrose das pequenas articulações posteriores da coluna, entre outras.
Segue-se o cotovelo, como a segunda região de maior incidência de lesões (sobretudo no atleta amador). O denominado “cotovelo do golfista” (inflamação do epicôndilo medial – face interna) deve-se sobretudo ao contacto precoce do taco com a relva, provocando uma carga excessiva sobre os tendões que se inserem no epicôndilo. Do lado oposto temos o “cotovelo do tenista” (inflamação do epicôndilo lateral – face externa) que pode ter origem no excesso de uso e de swings realizados, essencialmente no cotovelo direito, no caso dos destros. Estas lesões aumentam com a frequência do jogo e com a idade.
O ombro, por sua vez, no caso dos jogadores destros, devido ao stress mecânico exercido na fase final do backswing (ombro esquerdo) e do follow-through (ombro direito) poderá desenvolver quadros dolorosos, por vezes devido à inflamação tendinosa, à osteoartrose já presente ou até mesmo ao descondicionamento muscular.
Por último, as lesões do punho, mais frequentes nos jogadores profissionais e no punho esquerdo (nos jogadores destros), relacionam-se com o excesso de carga exercida, sobretudo no lado externo (subluxação do músculo extensor ulnar do carpo).
Desta forma, destacamos os seguintes pontos na prevenção de lesões:
1. Aquecer e alongar sempre antes de jogar no campo de golfe no mínimo 10 minutos
– 80% dos golfistas não fazem o aquecimento adequado
2. Alongar os vários grupos musculares – não apenas os ombros e cotovelos
– Flexibilidade da anca (forte relação com dor lombar)
3. Fortalecimento do músculo glúteo médio (faz abertura da perna)
– Denominado o “músculo Rei” no golfe
– Permite uma maior estabilização da cintura pélvica
4. Fortalecimento da musculatura abdominal
– Denominado o “músculo Raínha” no golfe
– Fortalecimento dos músculos abdominais e da região dorsal diminuem a sobrecarga lombar durante o swing
5. Controlo dos fatores de risco cardiovascular
– Definir estratégias para uma prática mais segura
6. Ter aulas com um profissional qualificado
– Melhora a qualidade do gesto técnico
A consciencialização de que na prevenção está o ganho, quer a nível de menor número de lesões, quer a nível de melhoria de performance, é fundamental para um golfe com qualidade e com mais saúde.
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*Fundadores da GFI Golf Medicine (www.gfimedicine.com)