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Visto do outro lado do Atlântico
Crónica

O jogador de golfe português no geral quer pagar pouco e ter um campo 5 estrelas

Se pedirmos a alguém para pensar em palavras que associe à cidade de Nova Iorque acredito que a grande maioria pense em: arranha-céus, Times Square, Empire State Building, Wall Street, a-cidade-que-nunca-dorme, Broadway... Mas “golfe” não é seguramente uma associação que seja normal fazer.

Em Junho de 2013 vim viver para Nova Iorque e fiquei impressionado com a quantidade de campos de golfe que o estado de NY tem, aproximadamente 1000, e com a quantidade de opções que há muito perto de Manhattan.

Pelo facto de o golfe aqui ser um desporto sazonal (8 meses por ano), a realidade dos campos é muito diferente dos estados mais turísticos (golfisticamente falando) como a Califórnia ou a Florida.

Em Nova Iorque os campos ou são privados e exclusivos ou são Pay and Play. Nos campos privados, isto é, clubes de sócios, as jóias são muito altas bem como as quotas anuais (no campo onde trabalhei a quota anual era de $25.000). É muito valorizado por parte do jogador o networking realizado dentro do clube, bem como o status adjacente ao facto de se ser membro de um clube exclusivo.

Nos campos Pay and Play (em que uns são públicos outros não) o conceito de exclusividade é inexistente, é um campo que vive de green fees e por isso se não temos um grupo de 4 amigos para jogar já sabemos que nos vão juntar para perfazer um grupo de 4, não há saídas de 2 ou 3 jogadores. O valor pago é de acordo com a qualidade do campo, varia entre $65/$150 em média (fazer a conversão $ vs. € não faz sentido, o poder de compra aqui é muito diferente, por isso diria que $65 se assemelha a €20).

Nestes campos convém marcar a partida logo no início da semana para se conseguir bons tee times porque rapidamente os campos ficam cheios e naturalmente que o ritmo de jogo vai ficando mais lento em função da hora a que se joga.

Não estava a habituado a trabalhar e a jogar num mercado tão grande e tão disponível em pagar para jogar. Uma realidade que contrasta muito com o que se assiste em Portugal, em que o jogador de golfe no geral quer pagar pouco e ter um campo 5 estrelas – e essa é uma das maiores dificuldades com que os directores de golfe em Portugal se deparam, a variável Preço.

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Ex-director de golfe do Belas Clube de Campo

 

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