
Open de Portugal, um regresso tão desejado como inesperado
Sete anos depois, o Open de Portugal está de volta ao calendário do European Tour. Um regresso tão desejado como inesperado.
Este projecto – uma parceria entre a Federação Portuguesa de Golfe, a PGA de Portugal e a NAU Hotels & Resorts – tinha em vista o regresso do nosso Open ao calendário do European Tour, mas não já em 2017. Era uma perspetiva de médio prazo que, fruto das relações da FPG com o European Tour, possibilitou que a oportunidade surgisse. Agindo de forma rápida e concertada, os promotores conjugaram esforços e não a desperdiçaram.
O European Tour, retirando os World Golf Championships e os três Majors que se realizam nos E.U.A., contempla 41 competições, distribuídas por 24 países em 4 continentes.
O European Tour distribui cerca de 120 Milhões de Euros em prémios de jogo, com um Prize Money médio de 3 Milhões de Euros.
Este regresso faz todo o sentido num país em que o turismo em geral, e o golfe em particular, têm um peso tão importante na sua sustentabilidade, devido, em grande parte, aos cerca de 400.000 turistas que vêm a Portugal para jogar golfe.
As receitas diretas derivadas do golfe representam aproximadamente 120 Milhões de Euros. Mas se incluirmos outras indústrias que indiretamente são impactadas pelo golfe, tal como a hotelaria, restauração ou imobiliário, o valor é muito superior.
Importa ainda referir que o golfe em Portugal representa cerca de 3.000 postos de trabalho directos, nomeadamente em zonas como o Algarve, onde a taxa de desemprego fora da sazonalidade, caracterizada pelo Sol e Mar, é excepcionalmente elevada.
Podemos afirmar que o golfe é um contribuinte muito significativo para a economia de Portugal, um gerador de postos de trabalho e de riqueza para o país. Mas temos de ser claros, e afirmar que o golfe em Portugal é uma indústria exportadora, pois mais de 70% das voltas jogadas em Portugal são realizadas por estrangeiros.
Chegará o dia, estou certo, em que o peso dos jogadores nacionais nos campos de golfe será significativo, mas também não queremos que o golfe, enquanto produto turístico, deixe de ter o impacto que tem. Para isso temos de ser competitivos.
Preocupa-nos a sustentabilidade da própria indústria que tem vindo a sofrer desde 2010, seja devido à crise financeira que assolou o país, seja com aumento do IVA para a taxa máxima.
O Open de Portugal @ Morgado Golf Resort – que tem a RTP e outros meios de referência como parceiros de media, vai contribuir para que este desporto possa ser mais conhecido e divulgado junto da população em geral, em Portugal e lá fora – vai expôr o que de melhor temos em Portugal. O clima, a natureza, os campos de golfe, a hotelaria e o nosso hospitaleiro povo.
Bem-vindo de volta, meu querido Open de Portugal!
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*Presidente da Federação Portuguesa de Golfe
**Esta crónica foi originalmente publicada no caderno GOLFE do jornal Público de 6 de Maio