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Formação – O grande vector do desenvolvimento desportivo
Crónica

São os treinadores os principais agentes na captação e retenção de atletas, bem com na formação desportiva

Aquilo que hoje assistimos no futebol, nomeadamente no âmbito da quantidade e qualidade de jogadores formados nas várias escolas dos clubes portugueses, está muito longe de ser fruto do acaso. Fruto do acaso seria se tivéssemos apenas alguns casos isolados de bons jogadores ou treinadores.

A aposta da Federação Portuguesa de Futebol, e da própria tutela, na Formação de Treinadores, com especial incidência nos anos oitenta, revelou-se determinante para o caminho que foi, entretanto, trilhado pelo futebol.

Com esta aposta promoveu-se toda uma panóplia de oportunidades e os clubes com visão de futuro apostaram na contratação destes treinadores por forma a desenvolverem processos de recrutamento e formação de talentos, com resultados significativos, tanto em competições internacionais, como através do crescente interesse nos atletas portugueses por parte de clubes estrangeiros.

Hoje temos, como diz o Presidente da República recorrentemente, os melhores do Mundo.

A perspectiva de carreira dos treinadores de futebol é hoje uma realidade, mas que, infelizmente, é raramente vista em outras modalidades.

E o que é que o futebol tem que ver com o golfe?

Tem tudo. Temos de percorrer o caminho das pedras – tal como o futebol – e dar início a esta demorada, difícil e importante jornada que é a Formação de Treinadores. São os treinadores os principais agentes na captação e retenção de atletas, bem com na formação desportiva.

Um dos vectores apresentados pela actual Direcção da Federação Portuguesa de Golfe é precisamente a Formação de Treinadores. Consciente da sua importância na persecução dos objectivos da FPG, está a dar-se início a uma era que vai marcar o golfe. Uma era onde os clubes e treinadores têm um papel fundamental em todo o processo.

Neste mês de setembro dar-se-á início à realização de cursos de treinador de Grau 1 e Grau 2 – que conta com cerca de 35 inscritos –  bem como o processo de Certificação de Academias de Golfe que, depois de apresentado o modelo a todos os clubes no decorrer do ano, está agora em condições de ser disponibilizado a todos os clubes que queiram dar inicio a um novo paradigma no treino do golfe em Portugal.

Este novo modelo de Formação, no sentido mais abrangente da palavra, irá contribuir, de forma clara e inequívoca, para o desenvolvimento sustentável do golfe no médio/longo prazo.

Não devo, de forma alguma, deixar de referir a importância dos dirigentes desportivos em todo este processo. Dirigentes com uma visão clara acerca do desenvolvimento do golfe e um plano estratégico bem estruturado irão contribuir, determinantemente, para o desenvolvimento sustentável da modalidade onde o treinador é o mensageiro e o atleta é o interprete.

A Federação Portuguesa de Golfe assume assim um papel de liderança internacional nesta área, onde, tão frequentemente, se pretende continuar um caminho que afasta, cada vez mais, o golfe do desporto.

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*Presidente da Federação Portuguesa de Golfe

**Crónica publicada originalmente no suplemento "Golfe" do jornal Público de 9 de Setembro

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