
Faz falta aos clubes de golfe um relações públicas, um animador, um mobilizador, um líder
“Quem é o dancing monkey no seu clube, na sua empresa ou na sua família?”
Esta poderia ser uma das formas como Gregg Patterson inicia as suas conferências como keynote speaker sobre clubes de golfe, resorts e entretenimento, sendo ele próprio diretor do Beach Club em Santa Monica na Califórnia desde 1982.
E o que é um dancing monkey? À partida parece um nome depreciativo, mas se formos a ver não o é. Um dancing monkey, é um relações públicas, um animador, um mobilizador, alguém que envolve as pessoas, um líder, mas sobretudo alguém com disponibilidade para organizar eventos, fazer pontes entre visitantes e novos sócios com os sócios tradicionais, sim aqueles que olham sempre de forma desconfiada para a chegada destes novos membros, outrora de casaco e gravata, hoje (poucos) sentados na sua mesa de sempre no restaurante da club house.
E quem pode ser no seu Clube de Golfe? Pode ser o capitão do clube, um diretor, o profissional, um sócio, um pai ou uma mãe ou até simplesmente o barman.
O golfe hoje compete com outras modalidades, que são mais sexy ou mais fun, como o surf, o running, o cycling ou até o padel; nestes desportos de lazer, as pessoas organizam-se em pequenas tribos, networks: “Vais à Meia?”, “Estou fazer 53, 5”, “Padel marcado às 7h não faltes” – estas são muitas das conversas que se ouvem entre amigos durante a semana.
Mas como se esta concorrência não bastasse, o golfe também compete com a indústria do entretenimento, o mundo das playstation, idas ao centro comercial (desporto favorito dos portugueses), os mercados de rua, uma degustação de queijos e vinhos, todas estas experiências estão de uma forma ou de outra a competir com o golfe. E PORQUÊ? Porque os clubes não têm e precisam de animação, têm que ser mais atrativos para as crianças, para as mães, em resumo para a família.
“Estou farto de ver fotografia de mortos nas paredes do Clube, quero ver fotografias dos sócios atuais a jogar, em ambiente de festa.” Esta é outra das célebres frases de Gregg Patterson. Os tempos são difíceis, os sócios estão a abandonar os clubes, as listas de espera acabaram, os clubes têm que evoluir para onde os clientes querem ir. As mulheres não vão ao clube almoçar porque as amigas não vão, a comida é sempre igual, os clubes deviam ter sala das crianças com baby sitter, piscina, o profissional de hoje tem que ser mais do que um profissional, tem que ser um animador (lembram-se dos GO’s dos Clubs MED?), tem que ter um discurso diferente, mais motivador. Se os miúdos gostarem vão obrigar os pais a ir ao clube, a almoçarem ou a lanchar e, desta forma, começam a entrar na vida do clube e, quem sabe, não começam a ter umas aulas. O golfe é um desporto de família, por isso só falta pôr as mulheres e os filhos a jogar.
Por isso não creio que o problema da falta de jogadores de golfe seja o da duração do tempo de jogo, ou até económico, como por aí se diz, faltam dancing monkeys, talvez.
Bom ano de golfe em 2016!