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Golfe tem de ser rápido, mais rápido
Crónica

Como fazer para tornar o jogo mais célere, mantendo a sua atractividade?

Se se disser a um jovem de 14 anos que vai passar 5 horas num campo de golfe, a um sábado, enquanto os seus amigos estão a preparar uma ida ao cinema na sessão da tarde, ele vai preferir ir ao cinema. Sem dúvida.

Mas, se se perguntar a um reformado, jogador de golfe, se ele tem tempo para passar cinco horas num campo de golfe a um sábado, a sua resposta é afirmativa. Sem dúvida.

Muitos dos jogadores amadores portugueses de golfe queixam-se de passar mais de cinco horas em torneios de golfe. Ao olhar-se em volta percebe-se porquê. A maior parte dos participantes são reformados. Mais do que jogar golfe, a maior parte dos participantes estão ali para praticar convivialidade e não para uma fazer desporto puro.

Efectivamente o problema de jogar lento no golfe (português, espanhol, francês e alemão) deve-se principalmente à noção de tempo que os jogadores têm para este desporto. Quem já saiu da vida activa tem todo o tempo do mundo. Antes andar às caroladas numa bola de golfe do que ir para casa cedo e sentar-se no sofá.

Como fazer para tornar o jogo mais rápido, mantendo a sua atractividade? Jogar 9 buracos será o formato conveniente? Provavelmente aos fins-de-semana, os campos comerciais cuja frequência é forte em jogadores nacionais, deveriam ponderar seriamente nesta opção. De manhã entre 7h30 e as 11h00 só seriam permitidas saídas para 9 buracos. Depois das 13, então quem quisesse poderia jogar 18 buracos. Ou seja teriam o dobro das hipóteses de vender green-fees uma vez que as saídas poderiam ser em simultâneo do tee 1 e do tee 10. E teriam o dobro dos jogadores satisfeitos por terem tido o prazer de jogar, em pouco tempo, ao fim de semana, sem que isso afecte a vida familiar habitual.

Em termos ideais uma volta de golfe de 9 buracos deve demorar entre 1h30 e 1h45. E uma volta de 18 buracos entre 3h45 e 4h15.

Até o rugby já percebeu a necessidade e o valor do tempo nestes tempos atuais. Por isso foi criada a vertente de rugby de 7, em que cada partida dura 14 minutos por contraste com os jogos com equipas de 15 jogadores em que as partidas demoram 80 minutos.

E se o tempo de duração de um jogo de golfe não pode ser longo, a sua aprendizagem também não. Aprender golfe não pode durar três ou quatro meses. Seis aulas (três fins de semana) têm de ser suficientes. A evolução virá depois. Colocar os jogadores em campo tem de estar em primeiro lugar. Aqui, os clubes organizados têm um papel a dizer. São eles que podem enquadrar os jogadores recém-chegados e ter competições específicas para eles. Incentivar o match-play (em que se ganha ao adversário), em opção ao strokeplay (em que se joga pelo jogo sem se saber quem será o vencedor) será também um aliciante, uma vez que se fomenta uma das vertentes de qualquer desporto: ganhar!

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Fundador da Indy Golf (Associação de Golfistas Independentes de Portugal)

 

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