Campos de Vilamoura com quebra acentuada de voltas e o Golfe no Algarve a sofrer por tabela
No passado dia 21 de Fevereiro deste ano, publiquei uma crónica aqui no GolfTattoo com um título provocatório: E se o golfe desaparecesse do Algarve daqui a 20 anos? Nessa crónica alertava para os preços altos praticados em muitos campos, preços esses que afastavam tanto jogadores estrangeiros como nacionais.
O que se está a verificar à data de hoje?
A zona de Vilamoura, que tem sido a referência do golfe no sul do país, perdeu até ao final do mês passado mais de uma dezena de milhares de voltas de golfe por comparação com o ano passado. O que se terá passado? Os campos deixaram de ser interessantes? Estavam mal cuidados? Não, a manutenção continuou boa, e os campos mantiveram-se atraentes. Então o que se passou? Pois… Os preços dos green-fees subiram.
E para ajudar à festa destinos como Turquia e Tunísia estão a recuperar, com preços de outro mundo. E a Itália que dantes estava adormecida passou a ser também uma opção.
Será que não tinham estes dados na mão? Sim, tinham. Então por que motivo cometeram de novo o erro que já tinha sido feito aqui há uns anos? Querem mesmo matar a galinha dos ovos de ouro?
É que sendo Vilamoura a referência do golfe no Algarve, a percepção que se tem do conjunto é que todo o golfe no Algarve estará aos mesmos preços (o que não é verdade), mas é essa a percepção que se tem quando se vive noutro país e se está a pensar numas férias.
Temo que este primeiro embate, que já não pode ser corrigido, vá afetar todo o próximo ano do golfe algarvio de forma mais aguda do que aquela que este ano já se nota.
Existirão soluções? Sim, mas elas passam sobretudo pela capacidade de saber olhar para o futuro. E o futuro não é o da semana que vem. É o dos próximos quatro anos. Ah, o Brexit é já em Março do ano que vem.
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*Presidente da Indy Golf (Associação de Golfistas Independentes de Portugal)