Cheguei a dizer uma vez que jogar no país não era assim tão caro. Emendo aqui a mão.
Tenho escrito em momentos passados que jogar golfe em Portugal está ao mesmo preço que noutros países europeus ou do resto do mundo. Cheguei até a dizer uma vez que jogar em Portugal não era assim tão caro. Emendo aqui a mão.
É fácil fazer contas. Vamos supor um golfista com um salário mensal líquido de 1000 euros e que viva sozinho. Retirando os encargos fixos de vida que ficarão pelos 750 euros, sobram-lhe 250 euros por mês para despesas de lazer: cafés, jornais, jantar fora uma vez, um livro, um cinema e… atividades desportivas.
Se ele for jogar uma vez e pagar 40 euros de green fee, acrescendo 15 euros de custo automóvel e 15 euros numa refeição, sobram-lhe 180 euros para o lazer para o resto mês, supondo que não fará nenhuma poupança.
Se ele se tornar associado de um campo e pagar 800 euros por ano irá retirar 66 euros mensais aos tais 250 euros, mas poderá jogar as vezes que quiser. Só que, cada vez que for jogar, a despesa de combustível, pelo menos, está lá. Assim, se ele jogar duas vezes por mês, isso significa 96 euros que retira do dinheiro destinado ao lazer, sobrando-lhe 154 euros para os restantes 28 dias do mês.
Se se quiser ter mais praticantes nacionais (já para não falar de jogadores) a redução do preço dos green-fees é necessária. E ter green-fees para 9 buracos que sejam menos de metade do green fee praticado para 18 buracos, é também outra das soluções.
O ideal seria ter green-fees de 25 euros para 18 buracos e 10 euros para 9 buracos. Mas sei que iremos andar muito longe disso nos próximos anos.
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*Presidente da Indy Golf, Associação de Golfistas Independentes de Portugal